Abril...

Posted in By Pedro Pereira 1 comentários

Desde pequeno que a fantasia de tentar vivenciar o passado me fascina. Imagino como seria viver no “antigamente”, os comportamentos das pessoas, a educação, as crenças, as dificuldades, o dia-a-dia. Tenho especial predilecção pelos grandes acontecimentos, como é o caso da “Revolução dos Cravos”. Lembro-me, com saudade, dos colóquios e exposições que fui em criança e adolescente com a escola, de ouvir pessoas que vivenciaram “in loco” o momento, ou mesmo que o proporcionaram. Ficava fascinado com o que ouvia, via, lia... O teletransporte parecia funcionar em mim, de repente, estava em 1974 num piscar de olhos! A coragem das pessoas naquele dia, a força popular, a loucura do momento, o aparato militar, a “revolução de sentimentos” deve ter sido fantástica.
E a música de intervenção?... Ah...! Essa! A grande impulsionadora do dia! Sendo a música uma das minhas grandes paixões, poder ouvir hoje as músicas que passaram naquela altura, faz-me perceber a revolta e as dificuldades por que os portugueses passavam. Quem não conhece Zeca Afonso, Janita Salomé, Paulo Carvalho, Sérgio Godinho, Vitorino... São músicas que ainda hoje fazem sonhar e recordar a muita gente.
Orgulho-me dos meus antepassados, do passado do meu país. Pena é que, hoje em dia, muito do que foi conseguido tenha sido desvirtuado, desrespeitado!
Deixo ficar um vídeo relacionado com o 25 de Abril, assim como uma das minhas canções favoritas daquela época. "E Depois do Adeus" foi a canção que, na altura se pensou que, com a sua transmissão nos Emissores Nacionais Associados de Lisboa às 22:55h do dia 24 de Abril de 1974, serviu de senha para a saída dos militares dos quartéis, dando assim início à revolução de 25 de Abril de 1974 (daí a sua ligação com o acontecimentos, pois trata-se de uma balada, não tendo qualquer mensagem politica). A letra é de José Niza e a música de José Calvário, tendo sido escrita para ser interpretada por Paulo de Carvalho na 12ª edição do Festival RTP da Canção, do qual venceu e representou Portugal em Brighton, no Festival Eurovisão da Canção 1974. Acabou por se verificar mais tarde que foi de facto "Grândola, Vila Morena" que deu o "sinal" para a saída dos quartéis.